Nasceu no ano de 1970, em Canas de Senhorim. É um dos mais ativos e inquietos encenadores portugueses da atualidade. Tem vindo a desenvolver um universo estético próprio, coerente, que tanto se aplica a adaptações de textos contemporâneos como de clássicos, muitas vezes em colaboração com o talentoso cenógrafo F. Ribeiro.

Tanto cria estilizados espetáculos de palco, como desenvolve projetos mais experimentais com comunidades, cruzando profissionais e não-profissionais. Enquanto estudante universitário, iniciou a sua carreira em 1994, no CITAC – Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra. No mesmo ano, no Porto, é cofundador do coletivo Visões Úteis. Aí, estreou-se como encenador.

No Teatro Nacional São João encenou O Despertar da Primavera, de Frank Wedekind (2004); Woyzeck, de Georg Büchner (2005); e Plasticina, de Vassili Sigarev (2006).

Entre 1998 e 2003, assegurou a direção artística do Auditório Nacional Carlos Alberto e, entre 2003 e 2007, do Teatro Carlos Alberto, integrado já na estrutura do TNSJ. Em 2001, é cofundador do Ao Cabo Teatro, de que foi diretor artístico até 2018. Para esta companhia, encenou inúmeros espetáculos, com textos de autores como Sófocles, Ésquilo, Racine, Molière, Tchékhov, Ibsen, Eugene O’Neill, Tennessee Williams, Friedrich Dürrenmatt, Sarah Kane, Lars Norén, Marius von Mayenburg, entre outros.

Destacam-se, em especial, as suas incursões nos territórios dramáticos de Tchékhov (Platónov, A Gaivota e As Três Irmãs, 2008-11) e de Shakespeare (Ricardo II, Medida por Medida, Coriolano e Timão de Atenas, 2007-18).

Como criador, vem procurando – e encontrando – nos repertórios clássico e contemporâneo a matéria poética que alimenta uma ideia de teatro como máquina de interpretação e reescrita do presente. Assumiu, em fevereiro de 2019, o cargo de diretor artístico do Teatro Nacional São João.