Grupo Ageas em debate sobre envelhecimento e longevidade

08.11.2022

O Grupo Ageas Portugal tem no envelhecimento ativo um dos seus pilares de negócio e, por isso, juntou especialistas para debater esta temática em diferentes abordagens com a moderação do jornalista João Maia Abreu.

Foi no passado dia três de novembro que, no Hotel Pestana Palace, em Lisboa, se debateu o tema do envelhecimento e da longevidade, num encontro matinal, proporcionado pelo Jornal de Negócios, no qual se partilharam opiniões e ideias sobre o tema.

O debate de seu nome "O Paradigma do envelhecimento - O papel do setor segurador", teve como oradores Valdemar Duarte, Diretor Geral da Ageas Pensões, Pedro Esperto, Responsável pela Oferta Sénior do Grupo Ageas Portugal, Maria João Valente Rosa, Professora Universitária da Universidade Nova de Lisboa, Paula Guimarães, Coordenadora do projeto Autarquias que Cuidam - IPAV, docente e jurista, e Gonçalo Saraiva Matias, Presidente do Conselho de Administração e da Comissão Executiva da Fundação Francisco Manuel dos Santos.

A preocupação com um país que se diz não ser para velhos, mas que, cada vez mais o é, foi o foco durante toda a conversa, em que a pergunta-chave que se colocou em cima da mesa foi "Como responder aos desafios sociais do envelhecimento?", numa sociedade que, demograficamente mudou e que tem de estar preparada.

A população estar e vir a ser envelhecida é um dado adquirido. Por isso, deve-se olhar para tal e querer que esta viva o melhor possível, com as melhores condições possíveis. Assim, estando a própria estrutura social a mudar, é preciso uma adaptação da sociedade e das empresas, com novas ofertas de serviços. É necessário também valorizar-se os cuidadores, algo que hoje em dia não acontece.

A preocupação com a poupança, reformas e pensões, com um pensamento a longo prazo deve ser tida em consideração pela população, de imediato. Para Valdemar Duarte "o esgotamento do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social é um icebergue, a questão é quando é que começamos a ficar debaixo de água."

Nos países em que há uma forte poupança, existe “um forte estímulo fiscal e estímulos de outra ordem em que, por exemplo, o Estado entrega para contas individuais valores canalizados do Orçamento de Estado. Há uma mensagem clara para a necessidade de poupança”, afirmou Valdemar Duarte.

Para Pedro Esperto, a chave para um envelhecimento mais seguro, saudável e com bem-estar é a prevenção. Infelizmente, segundo o mesmo, “não temos a cultura da antecipação, tanto o Estado como as pessoas. Temos dificuldades em lidar com o futuro e com o longo prazo, que é muito abstrato e muito longínquo, é uma dificuldade do ponto de vista cultural e preferimos o mais concreto, o dia de hoje”. A componente de proteção é crítica porque inclui a proteção financeira, contra acidentes “pois somos um país com bastantes acidentes em casa, na rua, contra perdas de autonomia, com o AVC, e que muitas vezes com isolamento ainda têm de lidar com estas perdas de autonomia, proteção nas doenças crónicas e comorbilidades”, considerou o mesmo.

No Grupo Ageas Portugal há uma equipa que foi constituída para “estudar o problema e para promover o debate”, esclareceu Pedro Esperto aos restantes. Valdemar Duarte, clarificou, acrescentando: “criámos uma área para a longevidade e o que pretendemos é ter um conjunto de serviços que permitam às pessoas ter qualidade de vida”.

Pedro Esperto considerou ainda que, nas questões da longevidade, que “há um défice de comunicação porque há consciência do problema, mas não se está a chegar à opinião pública”. Alertou que “o envelhecimento não é uma questão dos velhos, é uma questão de rede, de quem os apoia, a estrutura familiar, e que coloca questões como os cuidadores que muitas vezes deixam de trabalhar para cuidar dos seus com as consequentes perdas de produtividade para a sociedade”.

Ficou presente de forma unânime a ideia de que, os modelos atuais são insustentáveis e que é necessário agir, com novas políticas. Outro ponto que todos os convidados concordaram foi o de que a literacia financeira é extremamente importante para planear um envelhecimento digno, desde cedo, e em qualquer fase da vida.

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