Apenas 25% da população se esforça para ser saudável

17.06.2021

O estudo “A Saúde dos Portugueses: um BI em nome próprio", retrato sociológico sobre a saúde em Portugal, realizado no âmbito dos 25 anos da Médis, revelou, entre outros temas, o nível de empenho dos portugueses em ter um estilo de vida mais saudável.

A investigação teve a coordenação da Return On Ideas e o acompanhamento da Professora Doutora Maria do Céu Machado, Presidente do Conselho Disciplinar da Ordem dos Médicos, Professora Catedrática Jubilada da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e ex-Presidente do Infarmed.

No que diz respeito ao esforço que os portugueses aplicam para serem mais saudáveis, 23% dos inquiridos revelam que gostariam de se esforçar mais para ser “saudável ou mais saudável”, enquanto 25% diz que “já faz o esforço possível”. Metade dos inquiridos (50%) apesar de reconhecerem ter “vontade de fazer um maior esforço”, consideram-no difícil.

A inercia (52%) é o grande responsável por não existir maior esforço. 28% dos inquiridos referem também ter falta de tempo para cuidar de si próprio. Outra das grandes causas é a dificuldade em reconhecer e quantificar os ganhos de bem-estar associados a uma melhoria dos comportamentos saudáveis.

A saúde como valor cultural que regula comportamentos, ideia que nos últimos anos tem feito parte de campanhas institucionais de prevenção e educação sociais, está a interiorizada. No presente estudo, apenas 13% dos portugueses inquiridos consideram que vivemos numa sociedade que exagera na pressão para se ser saudável; 38,5% considera que, não obstante o excesso, é natural que se promova demasiadamente o ser saudável; 25% dos inquiridos consideram a pressão adequada e importante e 20% que se deveriam promover ainda mais o ser saudável.

Apesar de conscientes da importância de trabalhar para a manutenção ou melhoria do seu estado de saúde, os portugueses reservam a maior potência de esforço, ou seja, um maior empenho para ser mais saudável, para o momento em que se sentem na iminência de a perder. A potência é relativamente baixa nos mais novos e vai aumentando com o avanço da idade, até ser agudizada por volta dos 65 anos. Numa sociedade onde o envelhecimento e os anos com saúde e qualidade de vida na população sénior são um tema, o estudo deixa a sugestão de se trabalhar para que a potenciação possa começar mais cedo.

Estudo

Sobre o Estudo

“A SAÚDE DOS PORTUGUESES – UM BI EM NOME PRÓPRIO” é o primeiro estudo do projeto Saúdes.
Foi seguida uma metodologia quali-quanti: num primeiro momento, com recurso a 22 entrevistas individuais aprofundadas (4 das quais a profissionais de saúde), observou-se o impacto que a vivência pessoal tem na saúde; a metodologia quantitativa que se seguiu, com entrevistas a 1.209 portugueses, numa amostra representativa da população portuguesa, permitiu mapear e aprofundar a realidade encontrada.
O trabalho de campo decorreu em out/nov 2020 (qualitativo) e, posteriormente, janeiro de 2021 (quantitativo).

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